Métodos Contraceptivos
A Federação Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia define:
Anticoncepção é o uso de técnicas e métodos com a finalidade de impedir que uma relação sexual resulte em uma gravidez.
É um recurso do planejamento familiar para a constituição de prole desejada e programada.
Podemos classificar os métodos como:
- Reversíveis – comportamentais, pilulas hormonais, métodos de barreira e dispositivos intra-uterinos.
- Definitivos – cirúrgicos: laqueadura tubária e vasectomia.
Índice de Pearl
Avalia a eficácia de um método contraceptivo.
Métodos comportamentais
São os métodos naturais de anticoncepção. Conjunto de procedimentos para evitar que ocorra a fecundação, ou uso de práicas em que o esperma não é depositado na vagina. São métodos que exigem muita disciplina do casal!
Algumas situações podem fazer com que esta técnica seja mais dificil. São elas:
- Irregularidades no ciclo menstrual – exemplo de mulheres que possuem ciclo de 28 dias e no outro ciclo de 35 dias.
- Pós parto ou amamentação.
1. TABELINHA (método de Ogino-Knaus)
Sabe-se que o período fértil e aquele que se situa próximo a ovulação.
- A ovulação ocorre 12 a 16 dias antes da menstruação.
- O espermatozoide pode permanecer vivo, salvo exceções, por aproximados 48 horas.
- O óvulo permanece em condições de ser fertilizado no sistema reprodutor feminino por 24 horas.
Assim, a mulher deve evitar relação de 18 dias a 11 dias antes da menstruação, exemplo:
Mulheres com ciclos de 28 dias devem evitar relação desprotegida do 10º ao 19º dia do ciclo (período de risco para a gravidez).
Mulheres com ciclos irregulares, ou seja variáveis, calculamos 18 dias antes do ciclo mais curto observado e 11 dias antes da menstruação do ciclo mais longo. Exemplo: em 6 meses o ciclo mais longo foi de 35 dias e o mais curto de 26 dias… ela deve evitar relação desprotegida do 8º ao 24º dia do ciclo menstrual.
2. MUCO CERVICAL
Se torna abundante , aquoso, transparente e filante no pico da estimulação estrogênica, que é considerado o período fértil. Após a ovulação e a presença da progesterona este muco modifica-se e fica grosso, opaco e sem filância.
3. TEMPERATURA BASAL
Alteração corpórea detectada com a ovulação. Registra-se um aumento da temperatura basal de 0,2 a 0,5 ºC logo após a ovulação.
4. COITO INTERROMPIDO
Evitar a ejaculação dentro da vagina. A secreção que sai no pênis durante a relação e antes da ejaculação pode conter espermatozoides.
Métodos Contraceptivos
A anticoncepção hormonal com pílulas tem o objetivo de evitar a gravidez não desejada sem restrição às relações sexuais.
PILULA ANTICONCEPCIONAL COMBINADA (Estrogenio + Progesterona)
As pílulas orais combinadas são compostas na maioria por etinilestradiol e uma progesterona. São mais de 20 tipos de pilulas diferentes e o que muda basicamente de uma para a outra é o tipo de progesterona e a apresentação dos comprimidos (dias de uso e quantidade hormonal). Tipos de pilula oral combinada:
- monofásica: são apresentados em 21, 24 ou 28 comprimidos com a mesma dose de etinilestradiol e um progestágeno.
- bifásica: são apresentados em comprimidos com doses diferentes de etinilestradiol e progestágeno durante o uso.
- trifásica: são apresentados em 21 comprimidos com doses diferentes de etinilestradiol e um progestágeno.
Todas bloqueiam a ovulação, interferem no muco do canal cervical e na receptividade endometrial.
PÍLULA ANTICONCEPCIONAL DE PROGESTERONA
Constituída apenas de progesterona, tem como mecanismo de ação o bloqueio ovulatório, a alteração do muco cervical, tornando-o impermeável ao espermatozóide. Age sobre o endométrio, deixando-o fino e menos receptivo para uma gravidez.
ANEL VAGINAL
Possui a mesma ação da pílula combinada, porém a absorção é por via vaginal, bloqueando a ovulação, alterando o muco cervical e o endométrio.
ADESIVO ANTICONCEPCIONAL
Possui a mesma ação da pílula combinada, porém a absorção é por via transdérmica bloqueando a ovulação, alterando o muco cervical e o endométrio.
O adesivo quando colado a pele libera estrogênio e progesterona, que são absorvidos diretamente para a corrente sanguínea. Deve-se substituir o adesivo a cada semana e após a 3ª semana faz-se a pausa como uma pilula combinada.
A absorção ocorre pela pele, evitando-se o efeito de primeira passagem pelo fígado (que acontece com os medicamentos orais), tendo menor impacto na coagulação sanguínea.
CONTRACEPTIVO HORMONAL INJETÁVEL
A aplicação é intramuscular, no glúteo. A maioria é de aplicação mensal. A principal vantagem é não terem uma primeira passagem pelo fígado. O mecanismo de ação é igual das pílulas combinadas.
Há 2 tipos de formulações:
- Injetável de progestágeno.
- Injetável combinado (progesterona + estrogênio).
Implante Subcutâneo
São pequenas cápsulas ou bastões de material plástico, permeável, inserido no tecido celular subcutâneo com hormônio a ser liberado gradualmente. Em sua fórmula utiliza somente a progesterona. Não tem estrogênio.
Estão disponíveis no mercado:
- Elmetrin
- Implanon
- Nortplant e Nortplant 2
- Uniplant
Suas ações são:
- Inibição da ovulação
- Alteração do muco cervical
- Atrofia endometrial
DISPOSITIVO INTRA-UTERINO
Segundo vários trabalhos, o DIU de Cobre tem uma taxa de falhas (Índice de Pearl) que vai de 0,4 em 12 meses a 2,1 em 120 meses, o que lhe confere alta confiabilidade. O DIU de levonorgestrel (Mirena) tem uma eficácia maior, sendo a taxa de falhas no primeiro ano de uso igual a zero.
Ambos os dispositivos provocam uma reação inflamatória com alterações histológicas e bioquímicas importantes que interferem na migração dos espermatozoides, fertilização do óvulo e implantação do blastocisto.
Nas usuárias de DIU não há alteração da ovulação, assim o ciclo hormonal é normal. Sintomas como TPM, dor pré menstrual e retenção hídrica pré menstrual pode acontecer como em um ciclo normal.
O MIRENA libera uma quantidade de hormônio que é pouco absorvida, e por isso os efeitos colaterais são pequenos ou inexistentes. Sua ação local causa atrofia do endométrio e alterações do muco cervical, aumentando a eficácia contraceptiva. Devido esta atrofia que a mulher não menstrua em uso deste DIU.
Nas pacientes em uso de MIRENA, o ciclo hormonal pode ser ou não bloqueado.
CONTRACEPÇÃO DE EMERGÊNCIA
Deve ser utilizada em casos de acidentes com métodos de barreira, tabelas que expõe a uma gravidez não desejada, assim como em casos de violência sexual.
São 2 formas de contracepção de emergência:
MÉTODO DE YUZPE – Utiliza-se a combinação de progesterona com etinilestradiol em alta dose a serem feitos em 2 tomadas até 72 horas após o coito desprotegido. Costuma dar enjoo forte e vômitos.
PÍLULA DE PROGESTÁGENOS – É uma pilula com alta dose de progesterona que impede a ovulação. Eficácia para evitar gravidez de ate 89% se tomada em ate 72 horas após a relação. Melhor tolerada que o método de Yuzpe.
MÉTODOS DE BARREIRA
São os preservativos masculinos e femininos, o diafragma.
O PRESERVATIVO MASCULINO E FEMININO IMPEDEM A TRANSMISSÃO DE DST.
Preservativo masculino: fina membrana em forma de saco, geralmente de borracha (latex) que é colocado sobre o pênis ereto, antes do coito. Pode conter lubrificante (silicone ou a base de água) e ser revestido com agente espermicida.
Preservativo feminino: bolsa cilíndrica de plástico (oliuretano) com dois anéis flexíveis, um em cada extremidade. É lubrificada com silicone.
Agentes espermicidas: substâncias químicas que são colocadas na vagina e comprometem a vitalidade dos espermatozóides. Deve ser colocado pelo menos 15 minutos antes da relação. Apresentam baixa eficácia contraceptiva, mas possuem papel importante quando associados a outros métodos.
Diafragma: membrana de silicone em forma de cúpula, circundada por um anel que impede os espermatozoides de atingirem o colo do útero. Utiliza-se associado aos espermicidas.